O Tesouro Direto é um dos principais investimentos do Brasil, especialmente para quem está começando ou tem um perfil mais conservador. Nos últimos anos, o brasileiro tem percebido cada vez mais a importância de investir seu dinheiro e essa opção é uma ótima forma de construir a base da sua carteira.
Então, se você quer começar a investir para crescer cada vez mais seu patrimônio, continue lendo este post. Entenda o que é Tesouro Direto e como investir, respondendo as principais dúvidas sobre o assunto.
O que é o Tesouro Direto?
Basicamente, o Tesouro Direto é um empréstimo que é feito ao Governo Federal. Trata-se de um título que é emitido pelo Estado, de modo a acumular capital, que é devolvido ao investidor depois de um período determinado na compra do título. Esse dinheiro é acrescido de juros, que são o retorno.
É um título de renda fixa, pois seu retorno é sabido desde o momento da aplicação, o oposto do que acontece na renda variável. Por conta disso, está entre as aplicações mais seguras do mercado, já que o dinheiro é emprestado para o próprio Governo. Outra grande vantagem é ser mais valioso do que a poupança, fazendo com que muitos investidores optem por essa opção.
Como é a remuneração do Tesouro Direto?
Existem três formas de remuneração desse título: o pré-fixado e o pós-fixado e o híbrido. O primeiro, é uma taxa fixa, como 5% ao ano, até o fim do período. O pós-fixado, está atrelado a algum indicador da economia, como a taxa de juros. A híbrida, naturalmente, combina ambas as anteriores.
Entendendo um pouco melhor como funcionam os tipos, vamos começar pelo pré-fixado. É o modelo mais simples e direto, como no exemplo acima. Você compra o título com 5% de juros ao ano e recebe o valor acumulado quando o mesmo expirar. Porém, também existem os títulos pré-fixados com juros semestrais. O funcionamento é exatamente o mesmo, com a diferença que você recebe a cada seis meses, ao invés de receber o acumulado.
O modelo pós-fixado funciona de forma oposta. Ele é indexado diretamente à taxa Selic. Então, quando a taxa cai, o valor do título também cai. O Tesouro Selic é um dos títulos mais conhecidos, tendo um retorno equivalente ao da Taxa Selic. É um dos investimentos preferidos para a reserva de emergência, pois possui alta liquidez e baixa volatilidade.
Por fim, existe o modelo híbrido que são os tesouros atrelados à inflação. Ele é construído por ambas as partes, como 3% IPCA. Também é um tesouro que pode ser resgatado com juros semestrais e tem a vantagem de garantir o poder de compra, pois ele necessariamente vai render mais do que a inflação.
Qual é o melhor Tesouro Direto para o investidor?
Em 2020, o Tesouro Direto apresenta uma remuneração relativamente baixa. Afinal, a Selic está com os valores mais baixos da história. Logo, todos os investimentos em renda fixa acabam tendo sua rentabilidade comprometida. Ainda assim, é uma opção interessante, por conta da alta segurança e potencial liquidez.
Como com quase tudo nos investimentos não existe uma resposta definitiva de qual é o melhor. Cada um tem suas vantagens. Como mencionamos, o Tesouro Selic é o mais recomendado para reserva de emergência, mas dificilmente é um investimento que traz retornos reais. Se esse é o objetivo, sua melhor escolha é o Tesouro IPCA. Ele sempre traz retorno positivo, por estar sempre acima da inflação.
O prefixado depende mais ainda da economia, sendo mais vantajoso quando existe um cenário de juros baixos, como o atual. É preciso saber que ele não tem uma ótima liquidez, pois você precisa vender o título, estando a mercê do mercado. Portanto, é indicado para quem quer uma estratégia no médio prazo.
Quais são os prazos do Tesouro Direto?
Mais um ponto importante a avaliar são os prazos do Tesouro Direto, sendo que eles podem variar bastante. Existem opções para daqui a dois ou três anos, mas também opções para até 3 décadas. É claro que cada um desses prazos tem um comportamento diferente. É preciso que você alinhe bem seus objetivos financeiros com o título que você for comprar.
Os prazos são importantes, pois eles ditam o valor do seu título. Imagine, por exemplo, que você compre um título a 8% ao ano por R$ 700. Porém, daqui a um ano o mercado acaba precificando um título com 10% ao ano pelo mesmo preço. Isso quer dizer que o seu ativo terá um valor inferior ao que está no mercado.
Se você não precisar vendê-lo e mantê-lo até o vencimento, isso não muda nada. Ele vai render o mesmo que sempre teria rendido. O problema é se você precisar vender. Nesse caso, pode ser que perca parte do rendimento. Porém, como os juros são dinâmicos, também é uma oportunidade de ganhar dinheiro.
Quais são as vantagens do Tesouro Direto?
Além das vantagens específicas de cada título, existem também os benefícios mais gerais de investir no Tesouro Direto. Confira os principais.
Facilidade
Como veremos à frente, investir no Tesouro Direto é simples. Existem múltiplas formas de fazê-lo e o processo não demanda muitos conhecimentos. Basta ter acesso à internet e uma conta em um banco que você já está pronto para começar. Diariamente, existem ofertas de títulos disponíveis para compra e venda, com alguns começando a valores bem baixos, como R$ 30.
Segurança
Como mencionamos, a maior vantagem do Tesouro Direto. A verdade é que o Tesouro Direto é tão seguro, que é considerado mais seguro do que a própria poupança. Então, se você deixa seu dinheiro na poupança simplesmente por acreditar que ele está na opção mais segura, isso não é verdade. O motivo para isso é simples de entender: o Governo tem menos chances de quebrar do que qualquer banco.
Liquidez
Esse é o motivo pelo qual o Tesouro Direto é uma das melhores alternativas para a reserva de emergência. Uma alta liquidez significa que você pode resgatar o investimento a qualquer momento, sem perder nada por isso. O próprio Governo faz a compra de certos títulos, com um prazo de até mesmo um dia útil. Essa característica é a mais marcante do Tesouro Selic.
Quais são as desvantagens de investir no Tesouro Direto?
Também como qualquer investimento, o Tesouro Direto tem algumas desvantagens.
A primeira são os tributos e taxas que podem diminuir um pouco seu rendimento. Isso acontece com praticamente todos os investimentos, exceto os que são isentos, o que acaba tomando uma parte dos seus ganhos. Resumidamente, existem quatro tributos:
- Imposto de Renda;
- Taxa de custódia da B3;
- IOF;
- Possíveis taxas das corretoras.
Além disso, existe o risco do preço de mercado, como vimos acima.
Como investir no Tesouro Direto?
Agora que você já sabe tudo sobre o Tesouro Direto, confira como investir. O primeiro passo, é fazer a simulação do Tesouro. A própria página do Tesouro tem um simulador, assim como a maioria das corretoras. Não é um passo obrigatório, mas é ótimo para saber seu potencial de ganho.
Falando nelas, é preciso fazer uma conta em uma corretora para poder investir, se o seu banco não tem essa opção. No site do Tesouro você também encontra todas as corretoras e bancos disponíveis. Uma vantagem é que você também pode ver alguns detalhes, como aqueles que cobram taxa e os que têm menor prazo para repasse dos recursos.
O segundo passo para investir no Tesouro Direto é fazer a transferência. Você precisa fazer um TED para a conta da corretora, que deve ter o mesmo CPF da sua conta no banco. Esse é o único pré-requisito necessário para investir no Tesouro Direto.
O terceiro passo, é entrar na sua conta na corretora ou banco que você escolheu. Provavelmente, a instituição fará com você um teste de perfil de investidor, para ver se você é moderado, conservador ou arrojado. Isso ajuda a filtrar os investimentos que fazem mais sentido para você. Normalmente, são avaliados algumas características, como idade e renda, além da sua preferência pessoal e objetivos financeiros.
Uma vez que você tenha seu perfil definido, basta encontrar a opção Tesouro Direto na corretora da sua escolha. Lá, serão reunidos todos os títulos nos quais você pode investir. Basta escolher o título que faz mais sentido e comprar com o dinheiro que foi transferido por TED.
Como otimizar seus investimentos no Tesouro Direto?
Para fechar, preparamos algumas dicas para você ter ainda mais rendimento ao investir no Tesouro Direto. Primeiro, é interessante adotar o hábito de investir mensalmente. Como mencionamos acima, as aplicações mínimas são bem baratas, e você pode investir R$ 30 ou R$ 100 por mês.
Outra dica crucial é sempre alinhar os investimentos com suas expectativas e objetivos. Imagine que você queria se casar daqui a 5 anos. Você pode investir em Tesouros com prazo semelhante e receber o rendimento bem na hora certa.
Se possível, sempre vale mais a pena investir no longo prazo. São investimentos naturalmente mais arriscados, pois é mais difícil determinar um futuro tão distante, mas os riscos são recompensados com melhores resultados. Além disso, você pode aproveitar bons momentos de venda antecipada.
Por fim, também é recomendado evitar os tesouros com juros semestrais quando possível. A cada seis meses você recebe, o que é bom, mas isso significa que a cada seis meses você precisa pagar as taxas. Logo, seu rendimento total é menor.
O Tesouro Direto tende a ser o primeiro passo de muitos investidores e não é à toa. Ele possui ótimas vantagens, além de ter uma barreira de entrada muito baixa.