Cada vez mais pessoas investem no mercado financeiro do Brasil. A internet facilitou a vida do investidor, e mesmo pessoas com pouca renda hoje podem se lançar no mundo dos papeis e das aplicações. Entretanto, investir exige conhecimento e estratégia. Por isso, conhecer os principais investimentos financeiros é fundamental.
Neste texto, apresentamos para você os principais tipos de investimentos financeiros disponíveis no mercado nacional, com dicas de como aplicar valores nestes títulos. Se você está interessado, acompanhe conosco!
Escala de riscos e perfil de investidor
Antes que tratemos especificamente dos diferentes investimentos financeiros, convém deixar claro que todo investimento possui algum grau de risco. Na verdade, no mundo dos investimentos, o risco é proporcional ao lucro. Ou seja: quanto mais perigosa for uma operação, maior é a sua capacidade em gerar lucratividade, caso bem sucedida. Você entenderá isso adiante.
Por isso, todo investidor precisar tomar as suas decisões com clareza e, de preferência, baseadas em informações precisas e atualizadas. Neste texto, adotaremos uma escala de riscos em três níveis: baixo, moderado e elevado.
Esta escala ajuda o investidor a entender melhor onde está aplicando seu dinheiro, bem como se o investimento descrito aqui está em sintonia com o seu perfil de investidor:
Conservador
Investidor que deseja apenas conservar seu patrimônio. Costuma ter os investimentos como um complemento de renda. Investe principalmente em títulos de baixo risco.
Moderado
Utiliza os investimentos como uma forma de manutenção do patrimônio, mas também busca expandir parcialmente sua renda. Mescla em sua carteira investimentos de baixo risco e papéis de risco mais elevado.
Se você já está devidamente familiarizado com o universo dos investimentos financeiros, vamos ao que interessa: os principais tipos de investimento.
Investimentos financeiros de baixo risco
Neste item iremos descrever os investimentos mais básicos do mercado. Oferecem baixo risco, pouca rentabilidade, mas alguns podem ser bastante líquidos e fáceis de negociar. São bastante aplicados por investidores iniciantes e conservadores, mas também fazem parte das carteiras de grandes investidores, como forma de capital de emergência.
Poupança
Há quem diga que a poupança já não pode mais ser considerada um investimento. Esta afirmação faz sentido porque já tem algum tempo que colocar valores na poupança significa, aos poucos, perder dinheiro. Isso acontece porque a poupança rende cerca de 1,4% ao ano (dados de 2020, com taxa Selic a 2%).
Com uma inflação acumulada de mais de 4%, o dinheiro poupado se desvalorizou. Na verdade, a poupança costuma ser uma forma de deixar o dinheiro em segurança, usando serviços bancários sem custo, como o cartão de débito.
CDB
CDB é Certificado de Depósito Bancário. Nesta modalidade, o cliente “empresta” dinheiro a um banco, com a promessa de receber o valor após um determinado prazo, acrescido de juros. Os juros variam de acordo com a instituição que oferece o papel, bem como em relação ao prazo.
É considerado seguro, pois a chance de um banco dar calote é praticamente nula. A taxa de rendimento do CDB pode ser pré ou pós-fixada. Quando o título é pós-fixado, o indexador costuma ser uma porcentagem da Taxa DI ou outros indicadores, como a Selic ou o IPCA. É considerado um título bastante líquido.
O seu dinheiro começa a render assim que você aplica no CDB. Entretanto, ele tem um prazo de vencimento. Se o dinheiro for resgatado antes do prazo, você recebe uma porcentagem menor de rentabilidade. Sobre o CDB incidem Imposto de Renda com alíquota regressiva e IOF – para casos de resgate em menos de 30 dias.
Aplicações de até R$ 250 mil estão protegidas pelo Fundo Garantidor de Crédito (FGC), reduzindo os riscos de calote.
Tesouro Direto
Estes são os títulos da dívida pública. Ou seja, o cidadão empresta dinheiro para o Governo, com a promessa de receber o valor no futuro junto a uma taxa de juros que pode ser pré ou pós-fixada. Este é considerado o investimento mais seguro de todos, uma vez que você passa a ser credor de quem emite dinheiro: o Estado. Os investimentos são garantidos pelo Tesouro Nacional.
Há três tipos de títulos do Tesouro Direto: pré-fixados (cliente já sabe a taxa de rendimento na compra do papel); pós-fixados (rendimento apurado no momento do resgate) e tesouros atrelados à Selic ou ao IPCA (tem como principal característica sempre render acima da taxa da inflação).
Assim como o CDB, os títulos do Tesouro Direto também são tributados em IR e IOF, com tabela regressiva.
Os principais títulos da dívida pública pré-fixados são:
- Tesouro Prefixado LTN
- Tesouro Prefixado com Juros Semestrais NTNF
Já os principais títulos pós-fixados são:
- Tesouro IPCA NTNB PRINC
- Tesouro IPCA NTNB com juros semestrais
- Tesouro Selic LFT
Os títulos do Tesouro Direto podem possuir prazos bastante extensos, mas naturalmente você não precisa ficar com o título até o vencimento. São considerados investimentos de alta liquidez, por isso é fácil resgatar o dinheiro. Contudo, quanto antes se resgata, menos o investimento rende, além de pagar mais impostos.
Investimentos financeiros de risco moderado
Este tipo de investimento apresenta mais riscos do que os mencionados no item anterior, mas ainda gozam de alguma segurança, principalmente pelo suporte institucional que costumam receber de grandes instituições financeiras, avaliadores independentes e administradores especializados.
Confira os principais destes fundos:
Fundos de investimento multimercados
Estes fundos podem ser compostos por diversos títulos de natureza variada. Podem incluir ações, private equity, parcelas acionárias de empresas em várias áreas de atuação, entre outros ativos. Como é necessário um grande investimento para adquirir todos estes bens, o fundo de investimento é como se fosse uma união de investidores que provê este aporte.
Os fundos de investimentos são negociados por cotas, que podem trazer renda de duas formas: na forma de dividendos ou na forma de lucro quando o investidor decide vender a sua cota. Os fundos de investimento podem ter diferentes graus de risco, que estarão devidamente descritos em sua documentação, variando de acordo com os ativos que compõem o fundo.
O que torna este um investimento de risco moderado é o fato de que há uma mescla entre ativos mais e menos arriscados, além do trabalho de um administrador especializado na gestão de investimentos que negocia os fundos. Por isso, além de impostos, quem investe em fundos de investimento também paga taxas.
Fundos Imobiliários
Semelhante ao fundo multimercados, porém, concentrado no setor imobiliário. Como é uma área de negócios com bastante solidez, isso serve como um fator de atenuação do risco, apesar de ainda ser um investimento moderadamente arriscado.
Os investidores adquirem cotas do fundo, que é aplicado na construção, na administração e na venda de imóveis, conforme descrito na documentação do ativo. Também são pagas taxas administrativas pelo investidor para que seja feita a manutenção do fundo.
Debêntures
As debêntures funcionam como um empréstimo que os investidores fazem diretamente às empresas. Empreendimentos emitem estes ativos, com a promessa de pagar uma porcentagem de juros ao fim do prazo de vencimento. Estas empresas podem emitir debêntures por diferentes motivos, que incluem:
Aporte financeiro para crescimento ou expansão de operações, suporte financeiro para a quitação de dívidas e recuperação operacional, mudança de modelo de negócio, entre outros. Sempre que uma empresa emite um debênture, os ativos passam por avaliações de risco de instituições especializadas, que permitem ao investidor tomar decisões de maneira mais consciente.
Investimentos de alto risco, com altas chances de lucratividade
Estes investimentos apresentam alto risco, porque oferecem grande chance de gerar prejuízos, mas ao mesmo tempo, também oportunizam alta lucratividade diária. É indicado para investidores arrojados, cuja principal fonte de renda costuma ser o a aplicação financeira no mercado. Veja os principais tipos:
Mercado de ações
Preços de ações flutuam diariamente, até mesmo em frações de segundo. Por isso, um investidor pode obter lucro ou prejuízo na negociação de uma ação de maneira quase instantânea. É por isso que importa tanto aos investidores estarem conectados diretamente aos indicadores do mercado, que atualizam os valores das ações a cada segundo. A qualquer momento, pode ser necessário apertar o botão de compra ou venda.
Aqui, o investidor negocia parcelas acionárias de empresas de capital aberto. Há dois tipos de ações: as Ordinárias (ON) que permitem a participação econômica do investidor e as Preferências (PN) que dão preferência aos investidores na hora do recebimento de dividendos ou ressarcimento no caso de dissolução da empresa.
O investidor pode lucrar a partir dos dividendos, ou ao vender sua ação por um valor maior do que quando comprou. Negociar ações em day trade exige muita estratégia e visão de mercado.
Mercado de câmbio
Investidores compram moedas estrangeiras para negociá-las como ativos. As principais moedas negociadas na bolsa brasileira são o Dólar e o Euro, mas os investidores também podem comprar outros ativos. Apresentam risco alto porque os preços destes ativos flutuam diariamente de acordo com o mercado internacional.